O que está acontecendo com a prisão de Bolsonaro
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Prisão preventiva
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Bolsonaro foi preso preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
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A motivação para essa prisão preventiva é, segundo Moraes, a “proximidade do trânsito em julgado” de sua condenação num processo relacionado a uma tentativa de golpe.
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A prisão preventiva pode ser justificada se há risco de fuga, destruição de provas ou ameaça à ordem pública
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Audiência de custódia
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Bolsonaro deve passar por uma audiência de custódia por videoconferência, onde a defesa, o Ministério Público e um juiz auxiliar vão verificar se os direitos dele foram respeitados (acesso a advogado, saúde, etc.).
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É um momento importante para legalmente validar (ou não) a detenção.
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Decisão do STF sobre a prisão preventiva
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A prisão preventiva decretada por Moraes será avaliada pela Primeira Turma do STF em plenário virtual.
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Se os ministros confirmarem a prisão preventiva, ele continua detido enquanto seu caso “golpe” (a trama golpista) é definitivamente julgado.
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Execução da pena
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Bolsonaro já foi condenado em outro processo: a Primeira Turma do STF o sentenciou a 27 anos e 3 meses de prisão por organização criminosa armada, tentativa de golpe, abolição violenta do Estado democrático de direito, entre outros crimes.
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Moraes indicou que, após os recursos, pode haver “execução imediata” da pena dele em regime fechado.
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Ou seja: a condenação já existe, mas é preciso esgotar certos recursos antes que a pena seja cumprida de fato.
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Condições de prisão / regime
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Após a decretação da preventiva, Bolsonaro voltou a estar em prisão “mais dura” (não mais prisão domiciliar).
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O juiz-decisor entendeu que a Superintendência da Polícia Federal no DF (onde ele está) é “local seguro e controlado” para mantê-lo até uma decisão final.
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Há previsão legal para que ele cumpra a pena em regime fechado se a condenação final se confirmar, porque a pena dele (somada) ultrapassa 8 anos.
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Há discussão sobre prisão especial, porque Bolsonaro é capitão reformado: ele poderia cumprir pena em “organização militar” (como quartel), mas isso depende de desdobramentos judiciais.
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Medidas cautelares e tornozeleira
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Antes da prisão preventiva, Bolsonaro já estava com tornozeleira eletrônica, proibido de sair da sua casa em determinados horários e de usar redes sociais.
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Juristas já disseram que ele “esgotou” as medidas que justificavam a prisão preventiva — segundo eles, os requisitos legais já estavam todos presentes.
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Inelegibilidade
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Com a condenação, Bolsonaro pode ficar inelegível até 2060, segundo cálculo da Lei da Ficha Limpa.
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Essa inelegibilidade torna muito difícil (se não impossível) que ele volte a concorrer a cargos públicos importantes sem alguma medida extraordinária (como anistia), embora isso dependa de políticas e articulações futuras.
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Risco de fuga
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Moraes já citou “risco de fuga” como justificativa para manter Bolsonaro preso ou sob vigilância mais restrita.
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Há, portanto, uma preocupação real da corte de que ele possa tentar sair do país ou fugir de alguma forma, razão pela qual as medidas são rígidas.
O que isso significa politicamente
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A prisão de Bolsonaro é histórica, porque é um ex-presidente que agora pode pegar muitos anos de prisão por crimes gravíssimos ligados a golpe.
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Esse processo pode ter grande impacto na direita política brasileira: mesmo preso, Bolsonaro ainda tem apelo entre parte de seus apoiadores, e há debates sobre se ele poderia “mandar” alguém como postulante ou sucessor.
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A condenação e prisão podem fortalecer instituições democráticas (para alguns analistas), mostrando que ninguém está “acima da lei”.
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Por outro lado, pode acirrar ainda mais a polarização no Brasil: o campo bolsonarista pode usar a prisão como símbolo de perseguição, mobilizando sua base.
Riscos e desdobramentos futuros
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Se Bolsonaro recorrer (e ele provavelmente vai), parte da pena pode ser revista, mas a execução poderá começar dependendo do esgotamento dos recursos ou de decisões do STF.
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Há risco de medidas alternativas ou reduções de pena no futuro, por exemplo, dependendo de negociação ou de novos recursos.
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A inelegibilidade até 2060 dificulta seu retorno formal à política por via eleitoral, a não ser que haja uma mudança legislativa (anistia, por exemplo).
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A manutenção de sua prisão preventiva ou execução da pena poderia gerar protestos de seus apoiadores, especialmente se interpretarem isso como um “ataque político”.
Fontes CNNbrasil, Uol, Agencia brasil
